A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI; também chamada de doença de Willis-Ekbom) é uma doença que gera uma necessidade incontrolável de movimentar as pernas, geralmente associada a sensações desagradáveis nos membros inferiores como queimação, choque, fisgada, dormência dentre outras.
A necessidade de mobilizar as pernas é pior em repouso, sentado ou deitado, e à noite, sendo normalmente aliviada pelo movimento. A Sindrome das Pernas Inquietas também está comumente associada a distúrbios do sono, bem como a movimentos involuntários dos membros inferiores, que podem ser denominados de Movimentos Periódicos de Pernas (MPP).
Quer saber como amenizar os sintomas desagradáveis dessa doença? Então continue lendo!
A escolha do tratamento da Síndrome das Pernas Inquietas
A Síndrome das Pernas Inquietas é uma condição potencialmente tratável que pode responder bem à terapia farmacológica. Uma variedade de tratamentos foi estudada cientificamente, sendo que as as principais classes de drogas usadas incluem agentes dopaminérgicos, ligantes dos canais de cálcio, opióides e benzodiazepínicos.
A seleção da melhor terapia deve ser individualizada e depende de uma série de fatores, incluindo gravidade da doença, idade do paciente, outros problemas de saúde (por exemplo dor, depressão, ansiedade, história de doenças psiquiátricas), efeitos colaterais e preferências do paciente. Os objetivos do tratamento da Síndrome são reduzir ou eliminar seus sintomas e melhorar a função diurna, o sono e a qualidade de vida do paciente. Se você possui essa doença, sabe o quanto ela é incômoda e, muitas vezes, negligenciada. Por isso, vou tentar ajudar você e seu médico sobre a lidar com esses sintomas.
Síndrome das Pernas Inquietas: tratamentos disponíveis
Terapia não farmacológica
Em pacientes com sintomas leves, as terapias não farmacológicas podem ser suficientes para o alívio dos sintomas.
Estratégias comportamentais
O uso das estratégias aqui citadas é apoiado principalmente com base na experiência clínica e, em alguns casos, pequenos estudos disponíveis. Assim, propõe-se que o paciente com SPI leve:
- Realize atividades que mantenham o alerta mental, como trabalhar em um computador ou fazer palavras cruzadas, durante momentos de descanso ou tédio;
- Evite fatores que lhe sejam sabidamente agravantes;
- Pratique exercício regular de intensidade, no mínimo, moderada;
- Evite ou reduza a ingestão de cafeína;
Para alívio momentâneo dos sintomas em períodos de exacerbação, caminhar, andar de bicicleta, molhar as pernas e fazer massagem podem ser boas opções.
Fatores que agravam os sintomas da Síndrome das Pernas Inquietas
Sabe-se que a privação de sono agrava os sintomas da Sindrome das Pernas Inquietas em muitos pacientes. A avaliação e o correto manejo de outras causas que possam comprometer a qualidade do sono, como a apneia obstrutiva do sono, também são indicados, pois seu tratamento pode melhorar os sintomas da SPI.
Antidepressivos, agentes neurolépticos, antieméticos bloqueadores de dopamina, como metoclopramida, e anti-histamínicos sedativos podem contribuir para o surgimento da SPI ou agravamento dos sintomas. Alguns antidepressivos têm sido relacionados à Síndrome das Pernas Inquietas, incluindo tricíclicos, inibidores seletivos da recaptação da serotonina e inibidores da recaptação da serotonina-norepinefrina.
No entanto, muitos pacientes com SPI possuem sintomas ansiosos e depressivos associados, tornando difícil a retirada dessas medicações. Nesses casos, se os antidepressivos forem necessários, seu médico precisará encontrar alternativas com menor probabilidade de induzir ou piorar a doença.
Terapias complementares e alternativas
A literatura médica já relatou que uma variedade de terapias complementares e alternativas podem trazer benefício no alívio dos sintomas das Pernas Inquietas. Entretanto, é importante ressaltar que a qualidade das evidências é baixa e o número de estudos que apoiam qualquer terapia única é ainda menor. As estratégias de baixo risco que podem ter algum benefício incluem ioga e acupuntura.
Reposição de ferro
Embora sem dados científicos totalmente concretos, a reposição de ferro é sugerida em pacientes com SPI, cujo nível de ferritina sérica em jejum esteja abaixo de 75 mcg / L. A terapia com ferro não deve ser prescrita empiricamente, pois pode resultar em sobrecarga dessa substância, agravando o funcionamento de alguns órgãos. Por isso, é seu médico que irá determinar essa reposição após avaliar seus exames e seu quadro clínico.
A suplementação de ferro pode ser fornecida por via oral ou intravenosa (IV). A administração intravenosa tem a vantagem de repor os estoques de ferro mais rapidamente que a terapia oral, mas é menos conveniente e apresenta certo risco de reações graves à infusão, incluindo anafilaxia. Não há comparações diretas entre a suplementação de ferro IV versus a oral em pacientes com SPI, e os poucos dados disponíveis não mostram superioridade clara de uma forma de administração sobre a outra. Por isso, como o ferro oral é mais fácil de administrar e mais seguro, essa acaba sendo a escolha dos médicos na maioria das vezes.
Seu médico deverá acompanhar essa reposição após três a quatro meses de terapia e a cada três a seis meses até que o nível de ferritina sérica seja superior a 75 mcg / L e a saturação de ferro também seja normal. O monitoramento é importante para evitar uma complicação rara, mas séria, da sobrecarga de ferro. A terapia com ferro pode ser descontinuada quando os valores-alvo são atingidos se uma causa contínua para a deficiência de ferro não tiver sido estabelecida.
Até aqui te explicamos formas de tentar superar os sintomas da SPI sem utilizar remédios específicos. Todavia, nem sempre isso é o suficiente. Então, se quiser saber quais são os principais medicamentos disponíveis, siga em frente!
Síndrome das Pernas Inquietas tratamento medicamentoso
Em pacientes sem sucesso com a terapia não farmacológica ou com a correção da deficiência de ferro, recomenda-se o tratamento através de medicamentos que podem ser sabidamente eficazes no controle dos sintomas.
A escolha da terapia inicial deve ser realizada com base na consideração da gravidade dos sintomas, idade do paciente, comorbidades, perfis de efeitos colaterais e preferências do paciente (exato! Todo tratamento deve ser individualizado).
Como nosso intuito é empoderar o público leigo com conhecimento médico acessível, porém jamais estimular a automedicação, citaremos de forma generalizada os principais grupos de medicamentos utilizados. Afinal, a escolha do melhor para cada paciente deve ser feita pelo médico individualmente.
Tratamento dos sintomas crônicos persistentes
Para os portadores de Sindrome das Pernas Inquietas que possuem sintomas diários, moderados a graves, recomenda-se o tratamento contínuo com medicações específicas pertencentes ao seguintes grupos:
- Agonistas da dopamina;
- Ligantes à subunidade alfa-2-delta dos canais de cálcio voltagem-dependentes;
Tratamento dos sintomas leves ou intermitentes
Em pacientes com sintomas leves ou intermitentes, as terapias não farmacológicas podem ser suficientes para o alívio dos sintomas. Nos casos em que elas não geram a melhora esperada, pode-se utilizar medicamentos de curto prazo para alívio limitado dos sintomas.
Para esses pacientes, sugere-se o uso de levodopa ou um agonista da dopamina sob demanda em momentos que sabidamente geram sintomas ao paciente, como viagens longas ou reuniões demoradas. Embora essa abordagem não tenha sido estudada em grandes pesquisas científicas, a experiência clínica sugere que é uma estratégia razoável.
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