O brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, encontrado morto em Israel após os ataques do Hamas, classificado pelos Estados Unidos e pela União Europeia como grupo terrorista, ao país, chegou a postar um vídeo dentro de um bunker nas redes sociais. Veja as imagens acima.
Ele estava desaparecido desde sábado (7), quando o grupo islâmico Hamas, considerado terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia, atacou uma rave — festa de música eletrônica — em que estava com a namorada, Rafaela Treistman.
Ela relatou em entrevista exclusiva à CNN os momentos de pânico.
“Em algum momento não vi mais meu namorado. Não sei se ele levantou ou chegou a sair. Não vi mais ele, estava muito desorientada. Desmaiava muito por conta do gás”.
Na sequência, a polícia chegou ao local e checou a situação das pessoas. Rafaela e o amigo deixaram o bunker, mas não encontraram Ranani.
“Eu não lembro direito das coisas. Sei que em uma hora ele estava comigo, estávamos em um canto, abraçados, e em outra hora ele não estava mais. Eu estava tão desorientada que perguntava para uma menina que estava do meu lado ‘Ranani, é você?’. E ela não respondia”, conta.
Rafaela afirma que está em contato com os pais de Ranani. Diz ainda que os amigos do desaparecido criaram um grupo no Whatsapp para compartilhar informações que podem ser úteis na busca.
“Eu só queria saber que ele está bem, rezando para ele estar bem, em um hospital, e só não tenha conseguido avisar a gente”, disse.
“Eu não lembro direito das coisas. Sei que em uma hora ele estava comigo, estávamos em um canto, abraçados, e em outra hora ele não estava mais. Eu estava tão desorientada que perguntava para uma menina que estava do meu lado ‘Ranani, é você?’. E ela não respondia”, conta.
O pai de Ranani reconheceu o corpo do rapaz, segundo informou um primo à reportagem. O Itamaraty também confirmou a morte.
Ranani nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e trabalhou anteriormente como editor de vídeos e designer de propagandas animadas.
Ele havia terminado recentemente o tempo de serviço militar, obrigatório no país, e trabalhava como entregador.
Veja quem são as outras brasileiras desaparecidas
Bruna Valeanu
Bruna Valeanu, de 24 anos, nasceu no Rio de Janeiro e mora atualmente em Petah Tikva, tendo se mudado para Israel em 2015. Ela frequentou a escola TTH Barilan, no Brasil.
Uma irmã de Bruna confirmou o desaparecimento da jovem nas redes sociais.
Bruna estuda Comunicação e Sociologia/Antropologia na Universidade de Tel Aviv. Em uma publicação, a jovem havia dito que estava desenvolvendo habilidades em marketing e redes sociais.
Ela também foi instrutora de tiro das Forças de Defesa de Israel durante dois anos, entre 2018 e 2020.
Trabalhou também com vendas em uma empresa de seguros de Israel.
Karla Stelzer
Outra brasileira desaparecida é a carioca Karla Stelzer.
O Itamaraty não divulga o nome dos desaparecidos, mas, conforme apurou a CNN, Karla estava em um festival de música que foi atacado pelo Hamas.
À CNN, um amigo da brasileira informou que ela tem um filho que também mora em Israel.
Ele relatou o que seria o último áudio enviado por Karla a uma amiga. Na mensagem, ela teria dito que estava junto a pelo menos outras três pessoas.
No início, ainda segundo a descrição, acharam que os foguetes eram fogos de artifício da festa e afirmaram que estavam fugindo do local.
A mãe de Karla, Regina Stelzer, também confirmou nas redes sociais o desaparecimento da filha, e disse que ela estava acompanhada do namorado, o israelense Gabriel Azulay, que também está desaparecido.
O conflito começou no sábado (7), quando o Hamas, classificado pelos Estados Unidos e pela União Europeia como grupo terrorista, disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre Israel. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar.
As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de concentração. Israel declarou “cerco total” e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino.