Os corpos dos três médicos assassinados no Rio de Janeiro na quinta-feira (5), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, começam a ser velados nesta sexta-feira(6).
Os corpos de Marcos Corsato, Diego Bomfim e Perseu Almeida foram liberados no IML na quinta-feira (5), por amigos e parentes, e seguiram para as cidade de Presidente Prudente e Sorocaba, ambas no estado de São Paulo, e para Salvador, na Bahia.
Detalhes da cerimônia de sepultamento não foram divulgados pelas famílias dos médicos.
Os três médicos foram assassinados durante a madrugada, em um quiosque na Barra da Tijuca. Um quarto especialista sobreviveu ao ataque e está internado se recuperando.
Liberação dos corpos
O corpo de Diego Bomfim foi liberado pelos deputados estaduais Flávio Serafini e Professor José Josemar, que assumiram a tarefa a pedido da família de Diego, que é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim.
O translado do corpo foi feito pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros até Presidente Prudente, no interior do estado de São Paulo, onde acontece o velório.
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Confundido com miliciano
O corpo do médico Perseu Ribeiro Almeida foi liberado pelo cunhado dele, Hugo Dantas. No IML, ele contou que Perseu saiu do interior da Bahia para estudar, onde se formou e se especializou, e que era a primeira vez que o médico vinha ao Rio de Janeiro.
“Foi uma fatalidade muito grande e a família está consternada. O corpo dele será enterrado em Ipiaú. Natália [mulher de Perseu] está arrasada, está em casa e deve viajar para a Bahia, já que o corpo deve chegar amanhã pela manhã”, contou Dantas.
‘A família está consternada’, diz cunhado de médico morto no Rio
O cunhado de Perseu comentou sobre a linha de investigação que trabalha com a hipótese do médico ter sido confundido com um miliciano.
“Estamos cientes dessa linha de investigação, que ele seria parecido com um desafeto de um miliciano, e a outra linha, que trabalha com um crime político”, disse Hugo Dantas.
Breno Corsato, filho de Marcos Corsato, esteve no IML do Rio para fazer a liberação do corpo do pai, mas não falou com a imprensa. Um advogado, que assessora a família, informou que o corpo do médico seguiria para Sorocoba, também no interior do estado de São Paulo, onde acontecerá a despedida da família e dos amigos.
Familiares de Marcos Corsato chegam ao IML — Foto: Eliane Santos/g1 Rio
Médicos mortos no Rio: o que se sabe sobre o caso
Assassinados por engano
A principal linha de investigação do ataque a tiros na orla da Barra é que os quatro médicos foram baleados por engano – três morreram e um está hospitalizado.
A informação foi obtida pela TV Globo com fontes nas polícias. Uma hipótese é a de que o alvo era um miliciano da região de Jacarepaguá que se parece com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida. É Perseu que aparece com a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de colegas.
Segundo essa linha de investigação, o alvo seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste. Taillon chegou a ser preso em uma operação, no fim de 2020.
A Polícia Civil do RJ acredita que houve uma execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando. Testemunhas contaram ainda que os bandidos nada falaram.
O crime
Criminosos matam médicos em quiosque na Barra
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que três criminosos descem de um carro na Avenida Lúcio Costa, na madrugada desta quinta, e matam três médicos em um quiosque. Um quarto médico também foi baleado e foi levado para um hospital da região.
O vídeo mostra que, assim que o veículo encosta na pista ao lado da ciclovia, os criminosos descem, correm na direção das vítimas e efetuam pelo menos 20 disparos. De acordo com a câmera de segurança, o crime aconteceu à 0h59.
No momento em que os criminosos efetuam os disparos, dois clientes que estavam sentados em uma mesa do estabelecimento correm. A ação durou menos de 30 segundos.
Vítima é irmão de deputada federal
Quem são os médicos de SP baleados em quiosque no Rio de Janeiro
Os médicos estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, que sedia a partir desta quinta-feira o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.
Uma das vítimas, o ortopedista Diego Ralf Bomfim, que tinha 35 anos, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Ele chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos.
Devido à proximidade de uma das vítimas com a parlamentar, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe a investigação.
Infográfico mostra como foi o assassinato dos três médicos no Rio — Foto: Arte g1
Mapa mostra onde médicos foram assassinados no Rio — Foto: Editoria de Arte g1