Os casos de Influenza H3N2 no Brasil são associados à linhagem que se chamou de “Darwin”, que foi a cepa mais comum da temporada de gripe (que é normalmente o inverno) no Hemisfério Norte.
O Ministério da Saúde anunciou que há previsão de que a vacina (que ainda está sendo produzida pelo Butantan) para essa nova cepa deva chegar no Brasil em março. Ela deverá ser trivalente: contra H1N1, H3N2 e subtipo Darwin e cepa B.
A preocupação com este surto é ainda maior, pois ela ocorre no período em que não se associa aos aumentos de casos de gripe, ou seja, o verão. Uma das razões que explicariam isso foi a baixa adesão à vacina para a gripe (embora a imunização contra a gripe comum não proteja contra o H3N2) e o relaxamento do que se chama de “etiqueta respiratória” (como o uso de máscaras, limpeza frequente das mãos e o distanciamento social).
A H3N2 é mais letal que a gripe comum?
As preocupações acerca da H3N2 não têm a ver com o fato de ela ser mais “mortal” que outras gripes. Todas as infecções por vírus da gripe podem se tornar perigosas caso gerem complicações.
Por isso, as populações que estão propensas a desenvolver problemas mais sérios são os grupos de risco, como idosos, crianças pequenas e pessoas com alguma doença preexistente.
A grande questão da H3N2 é porque estamos em um momento de epidemia desta cepa Darwin — por ser nova, nós temos menos defesa imunológica para ela. Por isso, o controle coletivo desta gripe é fundamental, visto que a epidemia ocorre fora da época normal.
Com o surto — que, vale lembrar, coincide com a pandemia causada pelo coronavírus que ainda atravessamos —, a preocupação se dá pela superlotação dos hospitais no tratamento de casos mais graves. O Brasil já registra cidades em que há esperas de horas para atendimento nos centros de saúde e demora no resultado de testes, como o que identifica a Covid-19.
Conforme matéria do jornal Folha de S.Paulo, a cooperativa médica Unimed já anunciou um aumento de 400% de atendimentos por problemas respiratórios entre os seus segurados. Na rede pública, os hospitais de algumas cidades de São Paulo estão tendo que recontratar funcionários temporários que já haviam sido dispensados por conta da diminuição dos internamentos por covid-19.
O medo da flurona, a contaminação dupla por gripe e coronavírus
Como já dissemos, a preocupação com o surto de H3N2 tem a ver com a sobrecarga dos sistemas público e privado de saúde, visto que ainda estamos enfrentando uma pandemia de covid-19. Já há casos, inclusive, de pessoas que tiveram uma coinfecção de H3N2 e coronavírus.
Estes casos são chamados de flurona, uma combinação de flu (termo popular para a gripe em inglês) e coronavírus. O primeiro caso foi identificado em Israel em uma paciente grávida que não havia se vacinado para as doenças. Em São Paulo, há registro de 24 casos de Flurona, e também já foram documentados pacientes com essa dupla infecção no Ceará e no Rio de Janeiro.
Além disso, vale lembrar que há a variante do coronavírus chamada de ômicron, cuja gravidade ainda está sendo investigada. Por isso, o ideal é manter-se afastado da contaminação das duas doenças para não correr nenhum risco.
Sintomas, prevenção e tratamento da gripe causada pela H3N2
Os sintomas da H3N2 são os mesmos tipicamente observados nas gripes: indisposição, dor de cabeça, febre, congestão nasal e tosse. As infecções por vírus, aliás, são muito difíceis de serem combatidas — o mais comum é tratar os sintomas, e não a doença, que tende a se encerrar quando acaba o seu ciclo natural. O período de incubação da H3N2 é o mesmo da gripe normal: de 3 a 5 dias.
O tratamento para a H3N2, portanto, se dá apenas por remédios que diminuem os efeitos dos sintomas, como o paracetamol e ibuprofeno. Vale lembrar que a forma de evitar a contaminação é a mesma de todos os vírus respiratórios: evitar manter contato com gotículas de salivas por meio da tosse e até da fala.
Portanto, é preciso seguir usando máscara, fazendo distanciamento social e mantendo os demais protocolos de higiene, como a limpeza constante das mãos. A única forma de se prevenir contra a H3N2 é continuar com os mesmos cuidados que aprendemos a manter nos últimos dois anos.
Por que a gripe H3N2 deixa o corpo cansado?
Além disso, após a replicação do vírus causador da gripe, as enzimas que estão embutidas nesse micro-organismo facilitam que ele se instale no trato respiratório humano.
No entanto, como consequência, o sistema imunológico começa a lutar contra a doença, o que gera febre alta, coriza e dores no corpo.
Sobretudo, esse quadro pode ser acompanhado da miosite, condição caracterizada pela inflamação dos músculos, que provoca dores agudas e pode limitar a caminhada, principalmente em casos mais graves.
Os sintomas de H3N2 normalmente são mais intensos nas primeiras 48 horas, sendo os principais:
- Febre alta nos primeiros dias, acima de 38ºC;
- Dor de garganta;
- Tosse;
- Dor de cabeça;
- Dor no corpo, principalmente nas articulações;
- Espirros, coriza e nariz entupido, em alguns casos;
- Calafrios;
- Perda de apetite;
- Náuseas e vômitos;
- Mal-estar geral;
- Irritação nos olhos;
- Diarreia, principalmente em crianças.
Na suspeita de H3N2, é importante ficar em isolamento, repousar e beber bastantes líquidos durante o dia para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas e favorecer a recuperação. Além disso, para aliviar os sintomas, pode ser também indicado o uso de medicamentos anti-inflamatórios ou analgésicos.
Quais são os sintomas da H3N2? Como saber se estou com H3N2?
Os principais sintomas da H3N2 são coriza, tosse, for de garganta, dor no corpo, dor de cabeça, fraqueza e febre. No entanto, em casos mais graves, alguns pacientes podem precisar ser internados.
H3N2 mata? Gripe é perigoso?
Sim, a gripe é uma doença perigosa, inclusive a nova cepa. Em casos graves, o vírus Influenza A H3N2 pode matar. Estados brasileiros já registraram óbitos causados pela gripe H3N2.
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