A doutora Carolyn Anderson é a autora da receita que ensinaremos a seguir.
Mas antes da receita vamos contar como a doutora chegou a essa receita.
A mãe da doutora Anderson teve câncer e esse fato fez com que essa médica americana investigasse exaustivamente a doença.
Para a médica, é impossível garantir que uma pessoa nunca vai ter câncer, especialmente nos dias atuais, em que estamos cada vez mais expostos a agentes causadores da doença.
E uma das prevenções mais poderosas contra o câncer, segundo a médica, é a cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-terra.
A doutora Carolyn Anderson se baseia num dado muito revelador: os indianos, grandes consumidores de cúrcuma, tem taxas significativamente baixas de câncer.
A médica descobriu que as mulheres indianas, por exemplo, têm cinco vezes menos câncer de mama que as americanas; que os indianos têm oito vezes menos câncer de pulmão que os americanos; nove vezes menos câncer de cólon que os americanos; e cinco vezez menos câncer de próstata que os americanos.
E o mais interessantes: mesmo tendo menos câncer, os indianos, segundo a doutora Anderson, estão mais expostos a agentes cancerígenos no seu ambiente do que os americanos.
Os indianos, por exemplo, fumam muito mais que os americanos e, apesar disso, têm, como vimos, oito vezes menos casos de câncer de pulmão do que os habitantes dos Estados Unidos.
Obra do acaso?
A doutora Carolyn Anderson acredita que não e relaciona o fato ao grande consumo de cúrcuma na Índia.
A cúrcuma tem fortíssima ação anti-inflamatória.
Na verdade, nenhum outro alimento é mais eficaz na redução de inflamações no corpo do que ela.
E a substância da cúrcuma responsável por todos os seus efeitos benéficos é a curcumina.
Estudos revelam que a curcumina inibe o crescimento de muitos tipos de câncer, tais como cólon, próstata, ovário, mama e cérebro e.
Também inibe a angiognese (a formação de novos vasos sanguíneos para alimentar o tumor).
E, numa experiência feita com ratos expostos a uma variedade de agentes cancerígenos químicos, a curcumina impediu o desenvolvimento de tumores.
A cúrcuma tem sido utilizado na Índia, China e no Oriente Médio há mais de 2.000 anos.
O professor Bharat Aggarwal, PhD do centro de pesquisas sobre o câncer MD Anderson, em Houston, Texas, foi o primeiro a mostrar que a curcumina é muito ativa contra o câncer em culturas de células.
Mais tarde, em 2005, ele foi capaz de provar os incríveis efeitos deste composto em tumores de câncer de mama enxertados em ratos, mesmo quando esses tumores já não estavam respondendo à quimioterapia.
Nesses ratinhos, a administração de apenas uma dose da dieta regular de curcumina reduziu a disseminação de metástases significativamente.
Estudos em humanos estão em andamento e os resultados ainda não são conhecidos, embora já exista um enorme conjunto de evidências que apoiam os incríveis poderes da curcumina.
O resumo da história é que a cúrcuma é um poderoso anti-inflamatório que parece ajudar a eliminar células cancerosas e inibe o crescimento de vasos sanguíneos que alimentam tumores, além de melhorar o efeito de quimioterapia e reduzir o crescimento do tumor.
Então, para minimizarmos o risco de câncer, devemos todos comer cúrcuma, certo?
Certíssimo.
Mas como e com que frequência?
A cúrcuma consumida sozinha ou na forma de cápsulas é muito pouco efetiva porque quase nada dela é absorvido no intestino.
O segredo, para que a cúrcuma passe pela barreira intestinal, é consumi-la com gengibre ou pimenta, revela a dra. Carolyn Anderson.
Especialmente a pimenta, que aumenta a absorção de cúrcuma no corpo em 2.000 por cento.
E também deve ser dissolvida em azeite.
A melhor forma de usar a cúrcuma a fim de conseguir benefícios para a saúde e minimizar as chances de um câncer é, de acordo com a dra. Carolyn Anderson, esta receita:
Ingredientes
1 quarto de colher (chá) de cúrcuma/açafrão-da-terra em pó
Meia colher (chá) de azeite de oliva
Uma pitada generosa de pimenta-do-reino moída na hora
Modo de preparo
Misture bem os três ingredientes.
Você pode adicionar a mistura a diferentes pratos, como sopas e saladas.
No entanto, deve tomar cuidado para não superaquecê-la, ou seja, adicione-a sempre no final do cozimento.
Outra forma de consumo é misturá-la com um pouco de água e beber logo em seguida.
O consumo deve ser diário e constante.
Referências
1) Ferlay et al eds, WHO International Agency for Research on cancer, IARC Cancer Edidemiology database 2000. Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide (IARC Press,2000)
2) Carter,A, “Curry Compound Fights Cancer in the Clinic” Journal of the National Cancer Institute (2008).p.141
3) Aggarwal et al “From Traditional Ayurvedic Medicine to Modern Medicine: Identification of Therapeutic Targets for Suppression of Inflammation and Cancer” Expert opinion on Therapeutic targets 10 no.1 (2006) 87-118
4) Mehta et al, “Antiproliferative Effect of Curcumin Against Human Breast Tumor Cell Lines” Anti- Cancer Drugs 8, no. 5 (1997) 470-81
5) Aggarwal et al, “Curcumin Supresses the Pacilitaxel-Induced Nuclear Factor-kappaB Pathway in Breast cancer Cells and Inhibits Lung Metastasis of Human Breast Cancer in Nude Mice” Clinical Cancer research 11, no.20 (2005); 7490-98
6) Cheng et al: Phase I Clinical Trial of Curcumin, a chemopreventative Agent, in Patients with High risk or Pre-Malignant Lesions” Anticancer research 21, no 4B (2001);2895-900
7) Gao et al “ Curcumin Differentially Sensitizes malignant Glioma cells to TRAIL/Apo2L- mediated apoptosis through activation of Procaspases and Release of Cytochrome c from Mitochondria” Journal of Experimantal Therapeutics and Oncology 5, no.1(2005);39-48