No último domingo (20), o Brasil recebeu uma triste notícia. Fausto Silva, internado há cerca de duas semanas no Hospital Albert Einstein, teve um agravamento em seu quadro clínico. De acordo com boletim médico assinado pelo cardiologista Fernando Bocal, o apresentador necessitará de um transplante de coração.
O comunicador vinha tratando um quadro de insuficiência cardíaca com o auxílio de medicamentos. O penúltimo boletim médico afirmou que Faustão estava sob cuidados intensivos. Na última sexta-feira (18), o apresentador gravou um vídeo direto do hospital tranquilizando aos fãs e pedindo orações.
Tempo que Faustão pode esperar por transplante
O novo boletim médico sobre o quadro de Faustão confirma que o apresentador tem indicação para transplante cardíaco, e que já havia sido incluído na fila regida pelo estado de São Paulo. De acordo com o Jornal O Globo, a ordem da fila para recebimento do órgão segue alguns critérios.
No estado de São Paulo, o tempo de espera costuma variar de 12 a 18 meses de acordo com o Hospital do Coração (HCor). Cerca de 40 mil pessoas no país estão a espera de um órgão. Alguns pacientes específicos podem ter prioridade de acordo com a indicação médica.
Quem tem prioridade?
Segundo a Secretaria de Saúde do estado de São Paulo, a gravidade do quadro clínico do paciente e o tempo que o mesmo aguarda na fila de espera, são quesitos que influenciam na prioridade para recebimento do órgão. A indicação para priorização sempre será de competência da equipe médica, que avaliará todos os aspectos relacionados ao paciente.
O apresentador Fausto Silva, o Faustão, tem prioridade para receber um novo coração na espera por um transplante. Segundo a médica Silvia Ayub Ferreira, coordenadora do Programa de Transplante Cardíaco do Hospital Sírio-Libanês, pacientes internados e com medicação, como o caso dele, são considerados prioritários.
“Quando o paciente está internado necessitando de uma medicação inotrópica, para ajudar na contração do coração, ou de algum dispositivo de assistência circulatória, ele passa na frente de pacientes que estão em casa. Ele recebe uma priorização”, afirma a médica.
O apresentador está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 5 de agosto, para o tratamento de uma insuficiência cardíaca.
Outros fatores também ajudam a determinar a posição das pessoas na lista de espera. O Metrópoles conversou com a doutora Silvia Ayub Ferreira, do Sírio Libanês, e também com a coordenadora geral do Sistema Nacional de Transplantes, Daniela Salomão, para explicar como funciona a lista. Confira:
Quais os critérios para a lista de espera?
Vários critérios técnicos são levados em consideração para que uma pessoa receba um órgão. Fatores como o tipo sanguíneo, a compatibilidade genética e até o tamanho da caixa torácica do paciente definem quem recebe cada coração doado, explica Daniela.
“Se eu tenho 1,60m e peso 60kg, não tem como eu receber um órgão de um doador de 2m de altura e 150kg. Vai ser muito grande”, afirma ela sobre doações de coração.
Além disso, a gravidade da doença também define quem tem prioridade na lista de espera.
Quais casos são considerados prioritários?
Três condições podem fazer com que um paciente avance mais rapidamente na lista em São Paulo, segundo Silvia. A primeira é quando uma pessoa recebe o transplante e, por algum motivo, o novo órgão não funciona como o esperado. “É extremamente raro”, afirma a médica, dizendo que casos deste tipo têm prioridade máxima.
O segundo nível de priorização vai para pacientes que recebem medicação para bombear o coração há mais de seis meses. Também entram neste grau os pacientes que utilizam dispositivos mecânicos para ajudar na circulação do coração.
Já o terceiro nível de prioridade, caso de Faustão, envolve pessoas que estão internadas e há menos de seis meses recebendo medicação.
Quem gerencia a lista? Existe uma lista para cada lugar do país?
A lista é única para todo o país, mas cada estado gerencia as doações para seus moradores. Daniela explica que a população de um estado tem prioridade para receber os órgãos doados naquele mesmo estado.
Em fevereiro de 2022, o dono dos bordões “ô loco, meu”, “errou”, “ô loco, bicho” e “este fera aí, meu” também esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter após utilizar o termo “assédio no bom sentido”. “No mundo dos passarinhos, ainda tem a conquista, o assédio no bom sentido. Se o cara não cantar, não tem chance!”, comentou o apresentador Band/Reprodução
Fausto Corrêa da Silva, mais conhecido como Faustão, nascido em 1950, é um jornalista, repórter, radialista e apresentador. Natural de São Paulo, é considerado uma das maiores personalidades da televisão brasileira Reprodução/ Instagram @faustaonaband
Faustão começou a carreira aos 14 anos, trabalhando como repórter da rádio Centenário de Araras. Mais tarde, mudou-se para Campinas e passou a trabalhar na Rádio Cultura. Em 1970, foi contratado para apresentar o jornal da noite da Record TV, onde também foi redator TV Globo/Reprodução
Em 1977, a convite de Osmar Santos, Faustão foi contratado como repórter esportivo pela Rádio Globo. Em 1986, estreou na TV Gazeta com o programa Perdidos na Noite. Tempos depois, a atração foi comprada pela Record TV e, em seguida, pela TV Bandeirantes, quando passou a ser transmitida nacionalmente Reprodução
Em 1989, Silva estreou na TV Globo como apresentador do Domingão do Faustão. O artista permaneceu à frente do programa até 2021, quando assinou contrato de cinco anos com a Band Divulgação/Globo
Encerrado o contrato com a emissora de Roberto Marinho, Faustão marcou o retorno à TV Bandeirante na madrugada de 1 de janeiro de 2022, com o programa Viradão do Faustão Reprodução
Em 17 de janeiro de 2022, entrou no ar o programa de auditório Faustão na Band, com quadros semelhantes aos apresentados no Domingão do Faustão. O programa vai ao ar das 20h30 até as 22h45, de segunda a sexta Reprodução
Faustão é pai de Lara Silva, fruto do relacionamento com a ex-esposa Magda Colares, de João Guilherme e de Rodrigo, ambos de Luciana Cardoso, atual esposa do apresentador. O jornalista também foi casado com Lúcia Helena, com quem ficou junto por 10 anos
Apesar de não falar muito sobre a vida pessoal, Faustão também já esteve envolvido em polêmicas. Além de ser conhecido por constantemente interromper a fala dos convidados, Silva já foi acusado de racismo após comparar o cabelo black power da dançarina Arielle Macedo, bailarina da cantora Anitta, ao “cabelo de uma vassoura de bruxa”
Em fevereiro de 2022, o dono dos bordões “ô loco, meu”, “errou”, “ô loco, bicho” e “este fera aí, meu” também esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter após utilizar o termo “assédio no bom sentido”. “No mundo dos passarinhos, ainda tem a conquista, o assédio no bom sentido. Se o cara não cantar, não tem chance!”, comentou o apresentador Band/Reprodução
Fausto Corrêa da Silva, mais conhecido como Faustão, nascido em 1950, é um jornalista, repórter, radialista e apresentador. Natural de São Paulo, é considerado uma das maiores personalidades da televisão brasileira Reprodução/ Instagram @faustaonabandVoltarProgredir
“A doação de São Paulo prioritariamente vai para os pacientes de São Paulo, evitando que o órgão fique viajando pelo país e perdendo a qualidade para o receptor”, afirma Daniela. Caso não existam pacientes do próprio estado precisando do órgão, ele é enviado para outros lugares.
Silvia explica, no entanto, que esta é uma operação complexa, já que os órgãos não sobrevivem por muito tempo fora do corpo. “O grande problema é o tempo de retirada. Esse coração permanece [utilizável] por 4 horas”, afirma a médica.
E quem define quem recebe cada órgão doado?
A definição é feita por um sistema informatizado, que contém os dados de todos os pacientes que esperam pelo órgão. A lista contém tanto os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), quanto aqueles que são atendidos pela rede privada. “É tudo feito dentro do sistema”, afirma Daniela.
Uma pessoa pode retroceder na fila?
Sim. Alguns casos podem fazer com que uma pessoa avance na lista de espera e depois volte para as posições anteriores. Silvia explica que isso acontece, por exemplo, quando alguém que era prioritário para o transplante tem algum tipo de infecção e fica impossibilitado de fazer a cirurgia.
Neste caso, a pessoa é retirada temporariamente da lista, e os outros avançam. Quando ela se recuperar da infecção, voltará a ocupar a prioridade, fazendo com que os demais retrocedam às posições anteriores.