A divulgação do caso de câncer no olho (um retinoblastoma), envolvendo Lua, a filha do jornalista e apresentador Tiago Leifert, despertou a curiosidade sobre essa doença ocular, tanto nas redes sociais quanto a mídia em geral.
Lua, com quase três anos, foi diagnosticada com retinoblastoma, tipo raro de tumor nos olhos, quando tinha 11 meses. Para conscientizar sobre sinais e sintomas da doença, a jornalista e o apresentador promoveram a campanha “De Olho nos Olhinhos”.
Afinal, retinoblastoma, um tumor maligno que se origina na retina, a camada sensível à luz dos olhos, é um câncer raro que afeta principalmente crianças pequenas. Apesar de sua raridade, é crucial estar atento aos sinais e sintomas para garantir um diagnóstico precoce e tratamento eficaz, aumentando significativamente as chances de cura e preservação da visão.
O que é o Retinoblastoma e Como Ele se Desenvolve?
O retinoblastoma se desenvolve a partir de células anormais na retina, geralmente devido a mutações no gene RB1. Essas mutações podem ser hereditárias ou ocorrer espontaneamente durante o desenvolvimento fetal. O tumor pode crescer e se espalhar dentro do olho, afetando a visão e, em casos mais graves, se espalhar para outras partes do corpo, como o cérebro e a coluna vertebral.
Sintomas do Retinoblastoma: Reconhecendo os Sinais de Alerta
Os sintomas do retinoblastoma podem ser sutis e nem sempre causam dor, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais importante. Entre os principais sinais, podemos destacar:
- Leucocoria: Uma mancha branca ou reflexo branco na pupila, especialmente perceptível em fotos com flash.
- Estrabismo: Desalinhamento dos olhos, popularmente conhecido como “vesgo”, quando um olho não se move na mesma direção do outro.
- Olho vermelho persistente: Vermelhidão no olho que não desaparece, mesmo com o uso de colírios.
- Inchaço ou irritação nos olhos: Inchaço na pálpebra ou conjuntiva, a membrana transparente que cobre a parte branca do olho.
- Dificuldade na visão ou visão embaçada: Perda gradual ou repentina da visão em um ou ambos os olhos.
- Movimentos oculares irregulares: Movimentos oculares rápidos e involuntários, como nistagmo.
Fatores de Risco: Quem Tem Mais Chances de Desenvolver Retinoblastoma?
Embora o retinoblastoma seja raro, alguns fatores podem aumentar o risco de uma criança desenvolver a doença:
- Hereditariedade: Se um dos pais ou irmãos teve retinoblastoma, o risco para os outros filhos aumenta.
- Síndrome de Trisomia 13: Uma anormalidade cromossômica rara que também está associada ao retinoblastoma.
- Doença de von Hippel-Lindau: Uma condição genética que pode causar tumores em vários órgãos, incluindo os olhos.
O Diagnóstico do Retinoblastoma: Confirmando a Presença do Tumor
Diante de qualquer um dos sintomas mencionados, é fundamental buscar atendimento médico imediato com um oftalmologista pediátrico. O diagnóstico do retinoblastoma geralmente envolve:
- Exame oftalmológico completo: O oftalmologista examinará os olhos da criança cuidadosamente, buscando sinais da doença.
- Ultrassom ocular: Um exame de imagem que utiliza ondas sonoras para visualizar o interior do olho e identificar a presença de tumores.
- Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM): Exames de imagem mais detalhados que podem ajudar a determinar o tamanho, a localização e a extensão do tumor.
O Tratamento do Retinoblastoma: Salvando a Visão e a Vida da Criança
O tratamento do retinoblastoma depende da idade da criança, do tamanho, da localização e da extensão do tumor. As opções de tratamento podem incluir:
- Fotocoagulação a laser: Um laser é utilizado para destruir os vasos sanguíneos que alimentam o tumor, retardando seu crescimento.
- Crioterapia: Congelamento do tumor com nitrogênio líquido para destruí-lo.
- Quimioterapia: Medicamentos para matar as células cancerígenas, podendo ser administrados por via oral, intravenosa ou diretamente no olho.
- Radiação: Raios X de alta energia para destruir as células cancerígenas.
- Enucleação: Remoção cirúrgica do olho afetado em casos mais graves.
Prognóstico e Prevenção do Retinoblastoma: Esperança e Ações Preventivas
Com o diagnóstico precoce e tratamento adequado, as chances de cura do retinoblastoma são altas, especialmente quando o tumor é pequeno e localizado. No entanto, o acompanhamento médico regular é crucial para monitorar a criança e detectar qualquer recorrência da doença.
Em relação à prevenção, o retinoblastoma hereditário pode ser detectado através de testes genéticos em familiares de pessoas com a doença. O acompanhamento oftalmológico regular de crianças com histórico familiar ou outras condições de risco também é importante.
O Papel da Família e o Apoio Emocional na Luta contra o Retinoblastoma
O diagnóstico de retinoblastoma em uma criança é um momento extremamente difícil para toda a família. O tratamento intensivo e os possíveis efeitos colaterais podem causar angústia e medo. É fundamental que a família busque apoio emocional e psicológico para lidar com o estresse e auxiliar a criança durante o tratamento.
Existem organizações sem fins lucrativos e grupos de apoio específicos para famílias que enfrentam o retinoblastoma. Esses grupos podem oferecer suporte emocional, compartilhar experiências e fornecer informações valiosas sobre a doença e o tratamento.
Conclusão
O retinoblastoma, embora raro, é uma doença séria que requer atenção imediata. Fique atento aos sinais de alerta em seus filhos e procure um médico o quanto antes se notar qualquer alteração. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento e a preservação da visão e da saúde da criança.
Esperamos que este texto tenha sido esclarecedor e informativo. Lembre-se, o conhecimento é a melhor arma contra qualquer doença.