Pesquisadores israelenses disseram que estão a dias de terminar a produção do componente ativo de uma vacina contra o coronavírus que pode ser testada em humanos a partir de 1º de junho.
“Estamos nos estágios finais e, dentro de alguns dias, manteremos as proteínas — o componente ativo da vacina”, disse o Dr. Chen Katz, líder do grupo de biotecnologia do Instituto de Pesquisa MIGAL Galilee, ao site The Jerusalem Post.
Os testes em humanos serão feitos em “indivíduos jovens e saudáveis” e provavelmente serão expandidos para a população em geral. Katz acredita que a vacina será disponível primeiramente em Israel.
A MIGAL anunciou no final de fevereiro que concluiria a produção da vacina em três semanas e iria comercializá-la em três meses, mas Katz explicou que o processo foi adiado porque demorou mais do que o esperado para receber a construção genética que eles solicitaram da China, devido ao fechamento das vias aéreas e redirecionamento do produto.
Após os cientistas sequenciarem o DNA do novo coronavírus, os pesquisadores descobriram que o coronavírus das aves tem alta similaridade genética com o humano e que usa o mesmo mecanismo de infecção. Segundo Katz, isso aumentou a probabilidade de alcançar uma vacina humana eficaz em um período muito curto de tempo.
O cientista ainda explicou que, por ser oral, “a qualidade desse tipo de vacina deve estar mais próxima das regulamentações alimentares do que das farmacêuticas, ou em algum lugar intermediário. Esperamos que não precisemos passar pelo processo completo de purificação, como na indústria farmacêutica, porque isso pode nos atrasar”.
O grupo, financiado em parte por uma doação de 30 milhões de shekels (43 milhões de reais) do Ministério da Ciência e Tecnologia de Israel, está trabalhando com o Ministério da Saúde para garantir que a vacina seja segura para testar seres humanos.
Segundo Katz, cerca de 100 equipes de pesquisa em todo o mundo estão atualmente focadas no desenvolvimento de uma vacina ou tratamento para o novo vírus, sendo várias delas em Israel.
Na terça-feira (31), outra empresa, o Instituto Israelense de Pesquisa Biológica (IIBR), disse à Reuters que havia começado a testar um protótipo da vacina Covid-19 em roedores em seu laboratório de defesa bioquímica.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou que o IIBR se juntasse à luta contra a pandemia de coronavírus em 1º de fevereiro, o que facilitou seu sigilo ao cooperar com cientistas civis e empresas privadas.
Em comunicado, o gabinete de Netanyahu disse que o diretor do IIBR, Shmuel Shapira, o havia informado de “progresso significativo” no protótipo da vacina e que o instituto “agora está preparando um modelo para iniciar um teste com animais”.
O diretor de inovação do IIBR, Eran Zahavy, descreveu a organização de um teste com animais como “um grande desafio” porque “esta doença não está afetando os animais”.
Shapiro também observoy que muitas experiências bem-sucedidas em animais nem sempre são bem-sucedidas quando testadas em seres humanos. “Não basta apenas detectar anticorpos neutralizantes no animal. Você realmente quer vê-los ficando doentes e melhorando com esta vacina”, disse ele.